sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Você me bagunça...

Foi numa tarde nublada de segunda-feira que ela fitou pela primeira vez o seu olhar. Desconfiada, timidamente o encarava nos olhos, sem que ele a percebesse, e algo ali, ainda que indecifrável, a inquietou.

À medida que as horas daquela tarde de novembro se desenrolavam os dois foram se descobrindo um tanto semelhantes, por um momento se denominaram irmãos gêmeos, apesar das diferenças notáveis: ele com seu jeito sério másculo de ser, ela calada e meio desconcertada.

A moça não sabe ao certo o que passou na cabeça dele naquele primeiro encontro, mas ela conseguiu observar os pequenos detalhes que desde então fizeram toda a diferença naquele relacionamento (até então incerto) que iniciou ali, no dia 7 de novembro.

Ele: Olha, aqui tem açaí. Você gosta?
Ela: Gosto. Nossa, eu adoro açaí.
Ele: Eu estou ficando com medo de você. o.O
Ela: Medo de mim? Por quê?
Ele: (...) #silêncio

 “Como é possível duas pessoas tão distintas serem tão semelhantes?” ela se questionava enquanto ele partilhava sobre a vida ou até mesmo quando o assunto faltava.

Aquele dia para os dois foi a porta para uma grande história. Eles tornaram-se amigos e um mês depois iniciaram um relacionamento de namoro. Para ele, no momento certo, para ela, um tanto repentino, mas isso já não importa. O que realmente importa foi a história que eles construíram.

Ele de tudo fez e se esforçou para entrar no mundo dela, caminhar junto dela e de uma forma muito natural, ele foi mudando e, sem perceber, se tornando cada dia uma pessoa melhor. Ela a ele nunca disse, mas essa resposta dele foi o que a fez continuar apostando no namoro durante todo aquele tempo, pois a pessoa na qual, ainda que lentamente, ele foi se transformando, foi justamente a que ela um dia sonhou pra si.

Certo dia, não sei o porquê, mistério de Deus, um teve que se dispersar do outro... Não sei explicar, foi repentino, foi um desatino e ela perdeu o prumo, o rumo e desde então nunca mais foi a mesma. Ele? também não. Só sei que foi assim... Ele na sua razão de homem parece lidar tão mais facilmente com isso e ela na sua sensibilidade de mulher, que tenta disfarçar, parece hoje, pouco a pouco, se acostumar com o sofrer, pois não consegue perceber o sentido de tudo e até onde há de se estender essa agonia.

Hoje, para ela, por mais complexo que possa parecer, esta canção resume tudo: “Assimila, dissimula, afronta, apronta, diz: "carrega-me nos abraços", lapida-me a pedra bruta, insulta, assalta-me os textos, os traços, me desapropria o rumo, o prumo, juro me padeço com você! Me desassossega, rega a alma, roga a calma em minha travessia, Outro ‘porquê’ “. À cada encontro, à cada visita, à cada vista, longe ou perto, abraço ou beijo, ela sempre volta pra casa diferente e não quer ser mais a mesma.

VOCÊ me bagunça...

Dela ele roubou o olhar, a mão, coração.


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